Enquanto o resultado não sai, para onde vou?
A busca pela conciliação entre as expectativas e o resultado final.
O processo de preparação para o exame da OAB carrega consigo um extenso período de esforços, e consequentes deslocamentos de energia e prioridades para o hábito de estudo. Tais efeitos remetem a situações em que temos de realizar diversas escolhas e consequentes concessões, o que pode se tornar complexo à medida que naturalmente construímos expectativas em relação a estas negociações subjetivas. Outro fator que podemos considerar na ponderação de nossas expectativas, se trata do bombardeamento cultural de narrativas que remetem à hipervalorização do sucesso e das vitórias.
Tais narrativas associam, desajeitadamente, perspectivas de empregar esforços, direcionados a um objetivo, a uma cobrança (ou até mesmo uma autocobrança) da dedicação como moeda de troca absoluta pela garantia de sucesso. Podemos considerar, portanto, que a construção e manutenção de nossas expectativas entrelaça aspectos pessoais e sociais de forma significativa, compondo uma complexa e sem igual química subjetiva para cada pessoa, que construirá as ferramentas próprias para atravessar o cenário pós-prova. Neste sentido, buscar exercitar um movimento de reflexão e ponderação sobre as estratégias empregadas durante este período, pode tornar a experiência mais estruturada e consequentemente navegada em tom de protagonismo e busca por autoconhecimento.
Entre as estratégias sugeridas, podemos citar:
Redimensionando as prioridades
No momento atual, compreende-se que o aluno que avalia de forma crítica e realista que foi dedicado ao processo de estudos esteja vulnerável a um cansaço significativo, além de ter passado por um longo período de subjugamento das antigas prioridades em detrimento ao estudo. Neste sentido, buscar validar o cansaço e estabelecer hábitos de descanso para a nova rotina pode ser uma estratégia considerável. Conforme a intensidade do cansaço de cada aluno, bem como dos recursos que estão à sua disposição, pode ser potente estabelecer limites para que se consiga ter momentos de descanso significativo para, então, reestabelecer o dia a dia de forma equilibrada. Por fim, considere reavaliar a retomada, em ritmo gradual e sadio, aos valores pessoais e prioridades que você, momentaneamente, concedeu durante o processo de estudos.
Reavaliando o processo percorrido
Durante este período, conforme continuamos na espera pelos resultados, também podemos traduzir nosso protagonismo ao reavaliar todas possíveis nuances que atravessaram nossa jornada de estudos. Identificar aspectos positivos, ou seja, que foram contribuintes para a facilitação e priorização dos estudos, pode nos permitir que sejam construídas possíveis estratégias para potencializá-los. Da mesma forma, elucidar os aspectos negativos, ou seja, que se configuraram como obstáculos dispostos no processo, nos oportuniza agir estrategicamente sobre eles, a fim de mitigá-los ao máximo do que está em nosso alcance.
Em meio às análises sugeridas, é fundamental conseguirmos distinguir o que se trata de falhas no desempenho pessoal (procrastinação, irresponsabilidade, falta de gerenciamento do tempo, por exemplo), e falhas no condicionamento ambiental (cobranças da família, desorganização do espaço e momento de estudos, por exemplo) para então aplicarmos possíveis soluções compatíveis e efetivas. Considera-se que os recursos construídos a partir dessas reflexões não serão úteis tão somente no contexto do exame da OAB, mas também em outros projetos e objetivos da vida futura.
Ficar atento somente a notícias confiáveis relacionadas ao exame aplicado
No período de espera, naturalmente aguardamos por novas resoluções a respeito do exame aplicado, uma vez que, a depender da mudança, o resultado do aluno pode ser consideravelmente modificado. Neste sentido, é válido filtrarmos em quais fontes buscamos nos atualizar sobre ele, para que tenhamos uma confiabilidade maior das informações recebidas, e consequentemente um manejo dos afetos de forma menos distorcida por desinformações.
Por fim, deixo minha manifestação de afeto e um abraço virtual a cada aluno que aplicou o exame. Acredito no seu esforço, acredito na sua entrega, e acredito que, se você está lendo até aqui, é porque está realmente implicado no seu autocuidado e na busca da mais potente ferramenta para enfrentar os desafios da vida: o autoconhecimento. E isso, além do seu processo até aqui, também merece admiração e reconhecimento.
Atenciosamente, psicólogo Vitor Mueller.
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