Retrospectiva Mundo 2024
Professor do Ceisc Bruno Segatto, apresenta alguns dos principais acontecimentos que agitaram o Mundo em 2024.
Eleições decisivas, eventos climáticos extremos e a intensificação de conflitos armados estão entre os legados de 2024 para o ano que está por começar.
O 2024 foi um ano intenso em que nós vimos a História acontecer bem diante dos nossos olhos. Diante da grande quantidade de acontecimentos deste ano, o Ceisc facilitou seu estudo de Atualidades e reuniu os principais eventos em quatro grandes tópicos globais: economia, (geo)política, tecnologia e meio ambiente.
Economia: a China desacelera e a inflação continua
Após a recuperação do período pandêmico, a economia chinesa vem registrando índices de desaceleração com taxas abaixo dos 5% de crescimento do PIB. A queda do PIB do gigante asiático reduz os fluxos de comércio e impõe taxas menores de crescimento ao resto do mundo. Para voltar a ter índices de crescimento na faixa dos 5%, Pequim anunciou um ousado plano de incentivos a setores estratégicos do país, como o da construção civil, abalado por uma crise após a falência da Evergrande.
Além dos índices modestos de crescimento do PIB, a economia global também registrou índices elevados de inflação. O cenário de inflação global herdado da pandemia de Covid 19 e agravado pela guerra na Ucrânia persistiu e se agravou em alguns países.
Na Argentina, por exemplo, o presidente Javier Milei cortou gastos e subsídios, elevando os preços de forma abrupta nos primeiros meses. A Casa Rosada espera uma redução maior da inflação em 2025. Nos Estados Unidos, o aumento dos custos da alimentação e moradia contribuiu para o retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca.
Na União Europeia, o aumento do custo de vida esteve entre os fatos que contribuíram para o aumento dos partidos de extrema-direita no Parlamento do bloco. Por fim, na África do Sul, o peso sentido no bolso dos eleitores prejudicou o partido do presidente Cyril Ramaphosa. Hegemônico desde os tempos de Nelson Mandela, o Congresso Nacional Africano perdeu a maioria no Parlamento pela primeira vez. Como se vê, a economia influenciou processos eleitorais mundo afora. Vejamos outros exemplos.
(Geo)política: eleições decisivas e conflitos armados
A vitória de Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris selou a retomada da agenda nacionalista e protecionista do republicano. Trump venceu em todos os sete estados pêndulos desta eleição e alcançou a cifra de 312 delegados junto ao Colégio Eleitoral (o mínimo para ser eleito é 270). Sua eleição colocará a Casa Branca em estreita colaboração com a Casa Rosada argentina e o governo de Benjamin Netanyahu, em Israel.
No vizinho México, Claudia Sheinbaum foi a primeira mulher eleita presidente do país em meio a um cenário de intensa violência política. Mais ao Sul, duas eleições que ocorreram sob contestação: embora a Constituição de El Salvador proibisse a reeleição, Nayib Bukele conseguiu mais um mandato; e, apesar dos apelos por transparência por parte da comunidade internacional, Nicolás Maduro foi reeleito para mais um mandato na Venezuela.
Na Europa, os governos de Emmanuel Macron, na França, e Olaf Scholz, na Alemanha, tentam sobreviver às divisões internas e ao avanço da extrema-direita. Em novembro, o presidente francês teve seu primeiro-ministro, Michel Barnier, derrubado por um voto de desconfiança aprovado pela esquerda e a extrema-direita. Na Alemanha, o governo ruiu após uma cisão na frágil aliança entre os partidos governistas A ruptura ocorreu em função da gestão econômica da maior economia da União Europeia.
Na Ásia, Narendra Modi foi reeleito para um terceiro mandato como presidente da Índia, a maior democracia do mundo. Lai Ching-te venceu a eleição presidencial de Taiwan com um forte discurso anti-China. Pequim, por sua vez, reagiu realizando um mega exercício militar ao redor da ilha.Taiwan é um daqueles lugares estratégicos do mundo: além de estar no meio das rivalidades entre Pequim e Washington, a ilha é um polo de produção de chips. Um possível conflito na região afetaria as indústrias do mundo inteiro.
Conflitos, aliás, marcaram o noticiário em relação ao Leste europeu e ao Oriente Médio. A guerra na Ucrânia completou dois anos com a ocupação ucraniana do território russo de Kursk e o uso de armamentos de maior potencial destrutivo por parte de Moscou. Já no Oriente Médio, o conflito entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, se espalhou pela região. Israel trocou mísseis com o Irã e atingiu alvos do grupo libanês Hezbollah na Síria e no próprio Líbano. No Iêmen, os houthis continuaram atacando as embarcações ocidentais que passavam pelo mar Vermelho em direção ao Canal de Suez.
Devido à incapacidade de tomar decisões enfáticas no seu Conselho de Segurança, a Organização das Nações Unidas (ONU) assiste de forma passiva o agravamento dos conflitos armados em curso e, provavelmente, continuará assistindo-os em 2025.
Tecnologia: Estados versus big techs
Os avanços da tecnologia, da inteligência artificial e da corrida espacial chamaram atenção em 2024. Pela primeira vez, um foguete retornou para a sua base de lançamento. O feito de Elon Musk pôs fim ao ditado de que “foguete não tem ré”. O milionário, porém, vem enfrentando a ação de governos nacionais que querem impor freios às redes sociais, como o seu X (antigo Twitter).
O Parlamento da União Europeia já vem discutindo a regulamentação das redes sociais e das big techs, algo que foi realizado pela Austrália em novembro. O país proibiu, por exemplo, o uso das redes sociais para menores de 16 anos. No Brasil, a imposição de regras veio do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a suspensão do X no Brasil. A temática voltou a ser debatida na suprema corte e também no Parlamento, onde um projeto de lei que visa regulamentar as redes sociais no Brasil está em discussão.
Meio ambiente: sobrou para o Brasil
Em 2024, os eventos climáticos extremos mostraram os efeitos da alteração climática. Enchentes vitimaram centenas no Brasil, na Espanha e no Afeganistão. O calor extremo vitimou outras centenas na Índia, na Europa e na Arábia Saudita, bem como intensificou secas e incêndios florestais no Canadá, em Portugal e também no Brasil. Diante das devastações geradas por estes fenômenos, esperava-se que a COP29 atingisse cifras elevadas de financiamento de projetos de proteção ambiental. Mas não foi bem assim
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Realizada em Baku, capital do Azerbaijão, a COP29 terminou com frustração para os países em desenvolvimento, como o Brasil. O valor que os países desenvolvidos se comprometeram a ajudar projetos de proteção ambiental nos em desenvolvimento ficou aquém do esperado por estes. A esperança é de que a COP30, a ser realizada em Belém (Pará) em 2025, possa compensar essas cifras com metas mais ousadas. Desta forma, sobrou para o Brasil, mas o nosso país será abordado com detalhes na Retrospectiva Brasil 2024, amanhã, no último dia do ano.
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