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OAB 1° e 2° fase

Aprendendo a aprender: aprimorando as técnicas de estudo

Lapidando as ferramentas de aprendizagem no percurso do Exame da OAB

Última atualização em 29/09/2025
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A almejada aprovação no Exame da OAB é conhecida pela trajetória que a precede, tida como desafiadora, repleta de obstáculos, mas também de estudantes sonhadores, empenhados e protagonistas do seu caminho. Estes sabem que para atravessar uma jornada tão complexa, e que só se finaliza mediante a aprovação absoluta nos exames, compreendem, inteligentemente, que precisarão de uma vasta caixa de ferramentas para manejar e reparar seu autocuidado em paralelo às suas sessões de estudo. 


Estes estudantes compreendem, também, que para encontrarmos o ponto de equilíbrio entre essas esferas da vida, teremos que concentrar nossas ações na busca desta convergência, podendo ser através de um plano técnico, eficiente e flexível. Neste caso, teremos mais elevada segurança de que nossa maior preciosidade, o tempo, será passado no mesmo ritmo de sempre, mas potencialmente mais repleto de sentido, autoconsciência, e coerência para consigo mesmo, com seus desejos, e com seus sonhos.


Mas como podemos fazer a construção deste plano? Baseado em quais evidências que poderemos potencializar nossos estudos? Para esse diálogo, irei recorrer hoje a instrumentos que, atualmente, representam a fonte de maior fidedignidade quando o assunto é estratégias didáticas e eficazes para estudar: as neurociências aliadas às estratégias de estudo.


Do que estamos falando quando conversamos sobre concentração?


A concentração é um dos efeitos decorrentes da boa regulação do que chamamos de funções executivas. Essas funções são atividades cognitivas que desenvolvemos com o passar dos anos, nos ajudando a planejar, focar a atenção, rememorar instruções e lidar com múltiplas tarefas com sucesso. Hábitos diários, predisposições genéticas, e variações na neuroanatomia são alguns dos elementos que podem interferir de forma mais significativa na capacidade de conseguirmos regulá-las, de forma a potencializar ou dificultar nossa aptidão à concentração durante os estudos. Além disso, principalmente no que tange os hábitos diários, pode-se considerar que treinos de habilidades cognitivas têm forte influência no aprimoramento da regulação das funções executivas e, consequentemente, na capacidade de focar. Neste sentido, poderíamos atribuir à concentração o caráter de uma habilidade de potencial cuidado e consequente desenvolvimento. 


A ideia por trás de iniciar uma sessão de estudos está fundamentada na expectativa de um bom rendimento. Entretanto, sabemos que este ideal nem sempre se concretiza na mesma medida que esperávamos, gerando frustrações consigo e com seu desempenho, muitas vezes deixando o aluno em dúvida sobre o que foi faltante para que aquele momento fosse mais proveitoso. Nestes casos, infelizmente, muitos colocam sua capacidade intelectual em cheque, sem sequer avaliar outros pontos que possam estar colaborando para o prejuízo na performance. Através de quais estratégias podemos, então, ter um desempenho aprimorado e lapidar nossa concentração?


Construção do espaço de estudo estável


Um dos primeiros e principais aspectos a serem analisados é o espaço onde o aluno vai executar sua sessão de estudo. Este ambiente, idealmente, deve fornecer todas e tão somente as únicas ferramentas necessárias para que consiga praticar seu desenvolvimento intelectual. Portanto, buscar ter ao alcance apenas os materiais necessários para o estudo (água, lápis, caneta, caderno, eletrônico para assistir a aula), e dispensando distratores (celular, notificações, ruídos sonoros, cheiros) pode ser um forte potencializador do desenvolvimento da habilidade da concentração, e consequentemente um melhor rendimento no estudo.


Mantendo a motivação refrescada


O segundo aspecto que pode contribuir para que consigamos atingir melhores níveis de desempenho nos estudos, bem como maior retenção na concentração durante eles, é a habilidade de mantermos nossas motivações ao alcance da superfície de nossa consciência. Neste sentido, podemos usar de post-its , bilhetes, telas de fundo de eletrônicos para distribuirmos mensagens motivacionais, principalmente fundamentadas por qual nosso sonho a ser realizado mediante a concretização da aprovação. Desta forma, não só regulamos nosso organismo para que ele se prepare e execute uma boa performance nos estudos, mas também daremos mais recursos para que a atenção seja retida na busca pela recompensa de seu propósito.


Respeitando os limites de recarga


O terceiro aspecto a ser considerado para o aprimoramento da concentração é termos a compreensão de que ela é limitada. Não temos como artificialmente sustentarmos e retermos a atenção voltada a um objeto ou processo caso estejamos esgotados de disposição para tanto. É necessário respeitarmos os limites que nosso corpo e mente sinalizam e, quando percebidos através da fadiga física e/ou mental, seja feita uma intervenção de forma funcional e adaptativa. Entre possíveis intervenções, podemos considerar estratégias de estudo permeadas por um ritmo que contenha pausas, proveitosas tanto para o descanso quanto para a consolidação do conteúdo estudado em nossa memória (cronometragem do tempo de estudos versus tempo de descanso, compreendendo que pausas de aproximadamente 10 minutos, a cada 40 minutos estudados, serão catalisadores do rendimento). Neste sentido, é também oportuno dividir os estudos em metas objetivas (estudar conteúdos X e Y, ou realizar questões dos conteúdos A e B, por exemplo) e que sejam, principalmente, alcançáveis.


Cultivar um estilo de vida saudável


O quarto aspecto a ser considerado é a inclinação de reflexões e ações voltadas para a construção e perpetuação de um estilo de vida que potencialize nosso bem-estar, e, consequentemente, a regulação e aprimoramento de nossas funções executivas. Para tanto, é oportuno concentramos nossas energias em práticas de autocuidado dentro da rotina diária, como, por exemplo: cuidando do sono (dormindo de 6 a 8 horas diárias); praticando atividades físicas; tendo uma alimentação regular, saudável e nutritiva; construindo rede de apoio para trocas afetivas; e reservando tempo para lazer e descanso.


Por fim, reitero a compreensão de que não se trata de uma tarefa fácil atravessar o período de preparação para o Exame da OAB. O cansaço constante, as momentâneas concessões de prioridades, e toda energia deslocada para chegar à aprovação são elementos custosos. Entretanto, vejo que podemos valorizar e dignificar estes custos, à medida que proporcionamos para nossos corpos e mentes mais atenção e cuidado, aproveitando a cada momento que temos para estudar com máximo potencial e, assim sendo, desfrutando dos momentos de descanso e lazer com a consciência leve e tranquila por estarmos dando nosso melhor a cada dia que passa.


Com carinho e muita torcida por vocês, do psicólogo Vitor Mueller.



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