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OAB 1° e 2° fase

Atribuindo propósito à jornada de aprovação

Caminhos para refletir sobre por quê fazemos o quê fazemos.

Última atualização em 17/11/2025
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Ao iniciar a leitura deste texto, talvez você perceba que nunca parou para “realmente” se questionar (“realmente” compreendido enquanto uma experiência contínua, imersiva, exploratória e intimista) de por quê você faz o quê faz, e por quê as coisas acontecem do jeito que acontecem. Você faz tudo como na vida toda lhe ensinaram que deveria ser: nasce, cresce, estuda aos montes, faz sacrifícios que parecem contraintuitivos de serem consumados, tudo isso em prol de atingir o tão estimado “sucesso” prometido. Ainda assim, se sente frustrado com os resultados, inseguro de suas decisões, e sem saber por onde continuar, contemplado por um grande vazio que jamais foi conhecido atentamente.


De fato, conhecer o(s) nosso(s) vazio(s) não se trata de um caminho simples e ameno a ser trilhado, talvez porque em muitos momentos perceberemos que cometemos decisões erradas, desalinhamentos com aquilo que acreditamos que somos e que devemos ser. A autodescoberta por ter notas de amargor, indiscutivelmente. Entretanto, aqueles que se propõem a tolerar esse amargor, compreendendo que essa inevitável sensação é costurada a tantos outros paladares, descobrem os grandes sabores que a própria vida pode lhes proporcionar. E não estamos falando, literalmente, sobre sabores.


Estamos falando sobre princípios: aqueles que são o norte de nossa bússola moral, que guiam, e que sob qualquer condição estarão apontando na mesma direção que os propósitos pessoais. Estamos, também, falando dos “por quês” através dos quais canalizamos nossa energia para a ação de estudar; superamos o cansaço que essa atividade nos causa; persistimos na jornada de busca pela aprovação, mesmo quando nos percebemos desorientados e tudo não parece mais fazer sentido - momento em que muitos acabam desistindo, momentânea ou permanentemente, de suas batalhas pessoais.


Em "Crepúsculo dos Ídolos", Nietzsche já retratava que tudo acontece por uma razão, e as razões somos nós quem criamos. Com essa ideia, ele nos coloca na posição de responsáveis pelo trabalho criativo de aceitar que a vida sempre se dará entre caos e harmonia (a níveis pessoais e mundiais), e que nestas condições eu e você nos desenvolvemos para chegar até aqui, escrevendo e lendo este post, respectivamente. Ele chama essa aceitação radical de amor fati, nos convocando a abraçar o destino, seja como ele for, compreendendo o sofrimento como parte de um todo necessário. Em paralelo a essa concepção, percebemos que, mesmo em meio aos contingentes que a vida proporciona, ainda podemos ter um grau de segurança (quase diria que, entre aspas grossas, certo “controle”) sobre aquilo que fazemos e sofremos à medida que pautamos nossas “razões” interseccionadas ao fazer viver.


O próprio Nietzsche, junto dessa ideia, integra a concepção de que o sentido da vida não é dado, e sim construído no compromisso investigativo consigo mesmo. Ele nos provoca a desfazer nossos conceitos já conhecidos (quem somos, o que queremos, por exemplo), na intenção de enxergarmos para além do que está por trás de cada fala e cada gesto que endereçamos ao mundo. Mas através de quais possíveis caminhos podemos construir um repertório de “razões” e pautá-las na nossa passagem pela vida? Para isso, precisamos começar pelas perguntas certas, para que cheguemos, posteriormente, às direções e ações certas.



Nessa jornada, compreenderemos que a aptidão de se inspirar não é necessariamente inata, mas pode ser aprendida. A inspiração pode ser entendida enquanto uma motivação profundamente pessoal, a qual nos capacita a pagar preços caros, suportar sofrimento e inconveniências. Trata-se de autenticamente desejar, e não ser obrigado ou manipulado a determinada concepção ou ação. A manipulação ou obrigação geram resultados somente, quando possível, a curto prazo, enquanto o conhecimento da inspiração pode nos guiar por longos períodos de vida. Quando identificada, pode proporcionar qualidade de vida nas mais variadas sutilezas do dia a dia, como no nosso humor, na socialização, na capacidade cognitiva, além de construir o futuro de maneira mais saudável, consciente e alinhado com nossas aspirações.Para pensar de forma pragmática e sensível a respeito do tema, o autor Simon Sinek em “Comece pelo porquê” sugere que o “Círculo Dourado”: uma ferramenta que nos auxilia a compreender a importância de pautarmos nossos pensamentos e ações priorizando primeiramente o “por quê?”; posteriormente o “como?”; e, por fim, o “o quê”.


O “por quê?” não se trata das consequências decorrentes das suas ações, mas do propósito em si, daquilo que você acha importante e fundamental para sua vida, para hoje, amanhã, um futuro próximo, ou um futuro distante. Pessoas são atraídas e movidas por propósito, e, neste sentido, o estudo para o exame da OAB dá vida às causas próprias, nos colocando centrados no aqui e agora: transportando, aproximando, costurando, e enviesando nossas ações pelos propósitos pessoais que levarão aos estudos, este que levará à aprovação. O “como?” se trata de quais meios, caminhos e ferramentas utilizaremos para construir essa trilha: estamos aqui falando do fantástico corpo docente do Ceisc; do cronograma próprio da instituição; em suma, dos educadores e da metodologia que já aprovaram milhares de alunos, e ainda aprovarão muitos mais. O “o quê?” faz referência ao processo operacional, que finda o círculo iniciado pelo “por quê?”, e que será traduzido na ação voluntária de estudar e se preparar nos mais variados eixos possíveis para atingir a aprovação.


É válido reforçar que essa sequência foi construída de forma lógica e crítica, considerando que o “por quê” e o “como” estão associados ao nosso sistema límbico, detentor das capacidades de regular neuroquimicamente nosso organismo para produzir motivos para ações, e reproduzi-las (traduzido na tomada de decisão). Precisamos descobrir e conhecer nossos corações, antes de partirmos para as razões e ações. Uma vez descoberta sua inspiração, busque colocá-la frente a um megafone, para que sua voz ecoe e toque cada nuance da sua subjetividade, daquilo que você faz e deixa de fazer. Por fim, lembre-se que dar clareza ao “por quê” não é o mais difícil, mas sim ter disciplina e confiar na intuição, permanecer coerente com o propósito, equilibrado e autêntico. “Aquele que tem um porquê supera qualquer como” foi a frase de Nietzsche que sustentou o propósito e a esperança de Viktor Frankl em seus tempos mais sombrios. Torço para que você, estudante, consiga encontrar seu(s) “por quê(s)”, e que estes lhe auxiliem como guias esclarecedores e motivadores nas suas jornadas, especialmente na rumo à aprovação no exame da OAB.



Um carinhoso e iluminador abraço do psicólogo Vitor Mueller.

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