Como vencer a procrastinação nos estudos para a OAB
Psicólogo do Ceisc, Vitor Mueller, dá dicas para lidar com a procrastinação durante a preparação para o Exame de Ordem Unificado.
O percurso preparatório para o exame da ordem propõe uma significativa mudança na configuração social, laboral e pessoal de cada estudante, levando em consideração o alto grau de modificações que essas áreas sofrem, a fim de atender aos requisitos do cronograma de estudos. Neste sentido, atividades como convivência com amigos, lazeres, organização da rotina, além de percepções psicológicas, são alvos de deslocamento para novos significados e formas de se relacionar. Momentos como esse, se não bem amparados por maturidade e recursos efetivos, podem impactar de forma a gerar sobrecargas, distorções de pensamentos, sentimentos angustiantes, e formas de enfrentamento disfuncionais para cumprir as metas desejadas. É diante deste cenário que, comumente, a procrastinação surge como possível estratégia para lidar com as demandas, e consequentemente reverbera em efeitos nocivos para a saúde física e mental do aluno.
A procrastinação pode ser definida como o adiamento desnecessário da execução ou da finalização de tarefas consideradas fundamentais, como os estudos e o gerenciamento do cronograma, dentro do contexto de preparação para a prova da OAB. Neste sentido, alunos podem adotar comportamentos evitativos que prejudicarão sua saúde (aumentando a ansiedade e o estresse) e seu desenvolvimento intelectual, diminuindo as chances de conquistarem a aprovação, uma vez que esta estratégia compromete a preparação e o desempenho dos estudos a serem executados. O percurso de estudos é implacavelmente determinado pelo senso de autonomia e autorregulação quanto ao processo de aprendizagem do aluno, pois serão estas competências, paralelas a condicionamentos ambientais, que irão balizar o comprometimento com condutas que se direcionem à execução dos estudos.
A autorregulação, por sua vez, pode ser definida como um processo consciente e voluntário que o aluno adota em sua rotina, de forma a gerar movimentos de autonomia na gestão emocional e dos comportamentos, que irão repercutir na conquista das metas programadas. Esse processo pode ser amparado por diferentes ferramentas, que buscarão alinhar o compasso entre a intenção de estudar e a ação em si. Além deste recurso, o condicionamento ambiental (família, amigos, espaço de estudos) também deve ser levado em consideração como fator a ser manejado para aumento da probabilidade de sucesso em executar os estudos, uma vez que pode ser causado por fatores externos que podem potencialmente ser modificados a partir de ações voluntárias.
A seguir, iremos discutir sobre possíveis causas da procrastinação, bem como sobre possíveis manejos direcionados a cada uma delas.
1) A autoavaliação da procrastinação
Em primeiro momento, é interessante buscar realizar uma autoavaliação extremamente sincera e madura consigo mesmo, levantando os mais prováveis motivos pelos quais você está procrastinando. Você está desmotivado? Está cedendo facilmente a outros prazeres mais imediatos, como uso de eletrônicos? Está intolerante com erros? Muitos outros questionamentos podem ser suscitados, e a partir das respostas que surgirem, poderemos encaminhar soluções de forma mais direcionada e assertiva.
2) A gestão das metas
Estabelecer metas de estudos diárias, semanais ou por blocos de conteúdo é uma estratégia típica do processo de estudos. Entretanto, se tais metas forem definidas de forma pouco elaborada e pouco provável de serem cumpridas, podem impactar negativamente nas perspectivas que o aluno tem sobre si e sobre seu desempenho. Neste sentido, fracionar o processo de estudos em blocos e etapas pode ser uma ação que levará o aluno a uma percepção de menor custo para executar e completar as etapas, e ainda elevar o senso de autoeficácia (sentimento referente a percepção de si enquanto capaz de iniciar e concluir tarefas e desafios).
3) O perfeccionismo
A execução dos momentos de estudos, teoricamente, devem se amparar em determinadas condições para que o aluno consiga obter maior sucesso em desenvolver o aprendizado, bem como memorizar os conteúdos. Entretanto, por vezes, tais condições podem ser concebidas de forma exacerbadamente criteriosa, e consequentemente barrando o engajamento do aluno com o que poderia ser considerado como uma oportunidade de momento para estudar. Neste sentido, é importante avaliar a criação de narrativas mentais que geram empecilhos para reproduzir o comportamento desejado. Acreditar que sempre existirá um momento, lugar ou condição ideal para estudar é um exemplo de como o perfeccionismo pode impactar na reprodução da procrastinação, nos distanciando do estudo e do objetivo de aprovação.
4) O condicionamento do ambiente
O processo de estudos é um percurso longo, portanto poderá ser otimizado uma vez que for administrado com equilíbrio e colaboração da rede de apoio. Neste sentido, buscar organizar o ambiente físico, sem a disposição de distratores potentes (celular, computador, jogos, por exemplo), pode ser uma estratégia funcional para combater a procrastinação. Estas são atividades que remetem alta recompensa com baixo esforço ao cérebro, potencializando a dispersão da atenção que está tentando ser canalizada para a emissão do comportamento de estudo. Estudar é uma atividade que envolve muito empenho, então quanto mais dispostos e comprometidos estivermos, maior nossa chance de conseguir deslocar nossa energia para iniciar e persistir neste comportamento. Além disso, é valioso buscar manejar a convivência com a rede de apoio (familiares, amigos, colegas de trabalho), de forma que não impactam de forma negativa no processo de estudos (através de pressões e perturbações), e que possam colaborar com essa extensa trajetória.
5) Refrescar motivações
Para emitirmos e persistirmos em um comportamento complexo e cansativo, como estudar, torna-se mais eficaz termos à nossa disposição motivos claros, autênticos e plausíveis. Manter as motivações frescas na memória, como através de lembretes (post it, tela de fundo do celular, por exemplo) que remetem aos objetivos a serem realizados a partir da aprovação, podem ser elementos que auxiliem na regulação neuroquímica do corpo. Desta forma, auxiliamos o nosso cérebro a gerar o movimento de estudo, e consequentemente chegar mais próximos destes cenários sonhados a partir da superação do objetivo final.
Por fim, espero que os pontos discutidos neste post sensibilizem os leitores, a fim de reavaliarem sua relação com os estudos, e sobretudo o seu engajamento com a tão almejada aprovação. Lembre-se que esse processo é seu, e cuide-o com atenção e carinho. Boa sorte nos estudos!
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