Confira a análise de recursos da prova para Investigador da PC-MG
Veja as questões passíveis de recursos contra o gabarito preliminar da prova aplicada no último domingo (26).
ATENÇÃO!
A Fundação Getulio Vargas (FGV) informa que devido à instabilidade na página de interposição de recursos, o prazo para interposição de recursos contra o gabarito preliminar estará disponível das 20h00 do dia 28 de janeiro de 2025 até as 20h00 do dia 31 de janeiro de 2025.
* Os recursos interpostos anteriormente serão desconsiderados, sendo necessário que o candidato interessado interponha novo recurso dentro do prazo estipulado.
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LÍNGUA PORTUGUESA
QUESTÃO: “Assinale a opção que apresenta a frase que documenta a linguagem figurada.”:
GABARITO RECURSO: ANULAÇÃO.
FUNDAMENTO RECURSO: A questão cujo enunciado é “Assinale a opção que apresenta a frase que documenta a linguagem figurada” apresentou, em gabarito preliminar, a resposta correta como “Nosso objetivo maior é dominar o mundo, como a Microsoft”.
Considera-se que essa frase apresenta uma comparação, que é uma figura de linguagem e que, portanto, “documenta linguagem figurada”. Nesse sentido, a banca, ao indicar esse gabarito, aponta para as figuras de linguagem como marcas de linguagem figurada.
Nesse sentido, a alternativa “Serviço sem pagamento é castigo” também apresenta linguagem figurada, expressa pela presença de uma metáfora que associa e compara implicitamente serviço sem pagamento a uma pena, não como algo decorrente de falta ou erro de conduta, mas como uma humilhação imposta a um trabalhador.
Note-se que o termo castigo, na frase, não assume o seu sentido denotativo, ilustrado por diferentes dicionários, que o associam a pena ou punição decorrente de falta ou erro de ação de alguém:
OXFORD LINGUAGES
substantivo masculino
1. pena ou punição que se inflige a pessoa ou animal.
2. observação sobre um erro ou uma falta; repreensão, admoestação.
"o chefe deu-lhe um castigo pela falta de pontualidade"
PRIBERAM
substantivo masculino
1. Punição que se inflige a um culpado.
2. Mortificação.
3. Tarefa penosa ou grande dificuldade.
"castigo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2025, https://dicionario.priberam.org/castigo.
Na frase, a noção de castigo está associada a uma humilhação ou a um sofrimento, azar, o que faz o termo receber valor conotativo, portanto, figurado, como comprova a definição de sentido figurado dada pelo dicionário UM dicionário (https://www.meudicionario.org/castigo):
castigo
cas.ti.go
substantivo masculino
1.sofrimento físico, moral ou outro que se inflige a alguém por ter feito algo considerado condenável; punição; pena
2.consequência negativa de ato ou comportamento incorreto, negligente etc.
3.ato de bater em um animal para o treinar, domesticar, para que obedeça etc.
4.admoestação; repreensão
5.figurado aquilo que causa sofrimento ou angústia; tormento
6.figurado grande dificuldade; tarefa penosa
7.figurado má sorte
8.figurado derrota; revés; fracasso
Dessa forma, há duas alternativas com documento de linguagem figurada e as duas apresentam redação com figura de linguagem (comparação e metáfora). Assim, como não está definido o uso de um termo específico ou a indicação de verificação de figuras de linguagem, há duas respostas semelhantes apresentadas pela banca e as duas com a mesma lógica de raciocínio. Logo, as duas alternativas apresentam respostas corretas.
Portanto, solicita-se a anulação da questão.
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QUESTÃO: “Os adjetivos em Língua Portuguesa expressam estados, qualidades, características e relações; assinale a opção em que o adjetivo sublinhado mostra um estado.”:
GABARITO RECURSO: ANULAÇÃO.
FUNDAMENTO RECURSO: A questão cujo enunciado é “Os adjetivos em Língua Portuguesa expressam estados, qualidades, características e relações; assinale a opção em que o adjetivo sublinhado mostra um estado” apresentou, em gabarito preliminar, a resposta correta como “Messa arranhada”.
Os gramáticos Cunha e Cintra (2003, p. 245) definem que a classe dos adjetivos serve para caracterizar os seres, os objetos, ou as noções nomeadas pelo substantivo, indicando-lhes:
a) uma qualidade (ou defeito), dando como exemplo: inteligência lúcida e homem perverso;
b) o modo de ser, apresentando como exemplo: pessoa simples e rapaz delicado;
c) o aspecto ou aparência, dando como exemplo: céu azul e vidro fosco;
d) o estado, apresentando como exemplo: casa arruinada e laranjeira florida.
Note-se que a indicação de estado está associada, pelos exemplos, tanto a estado, como em “casa arruinada”, quanto a uma situação momentânea de estado, não duradoura, não essencial, como em laranjeira florida. Importante referenciar que grande parte dos gramáticos tradicionais referencia adjetivo como palavra que caracteriza substantivo, dando a ele um traço essencial (inerente) ou acidental (não inerente, que pode ser recebido e modificado).
Avaliando-se as alternativas “País feliz” (equivalente ao sentido de “laranjeira florida”) e “mesa arranhada” (equivalente ao sentido de “casa arruinada”), percebe-se que as duas apresentam adjetivos que exprimem estado:
- O país que se encontra em estado de felicidade é país feliz;
- A mesa que era cuidada passou a ficar com riscos (mudança de estado) é uma mesa arranhada.
Logo, há duas possibilidades de resposta correta, considerando o comando/enunciado da pergunta que aponta para a identificação de adjetivo que denota estado, o que indica o pedido para anulação da questão.
Referência
CUNHA, C; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2003.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
QUESTÃO: “O Secretário de Administração Penintenciária do Estado Alpha, autoridade máxima do sistema do sistema penitenciário e do seu órgão administrador, foi comunicado do início de uma rebelião na unidade prisional Kappa, no qual se encontravam os presos provisórios da região norte do Estado. Em razão desses acontecimentos, a assessoria do Secretário constatou a necessidade de ser reforçada a segurança no local, o que lhe foi devidamente comunicado”. À luz dessa sistemática constitucional, é correto afirmar que o Secretário”:
GABARITO RECURSO: ANULAÇÃO.
FUNDAMENTO RECURSO: A questão contra qual se insurge apresenta 02 (duas) alternativas corretas, senão vejamos:
O gabarito oficial da r. instituição organizadora FGV apontou como correta a seguinte alternativa: “pode determinar que a polícia penal vinculada que é à Secretaria, realize a segurança do local”.
Ocorre que a referida questão traz em uma de suas outras alternativas a seguinte assertiva que se mostra igualmente acertada, senão vejamos: “deve requerer ao Governador do Estado que determine a realização da segurança do local, o que pode ser feito pela polícia penal ou pela polícia militar”.
Observe que a Constituição Federal, em seu art. 144, mais precisamente, no parágrafo 5º-A, é claro ao dispor que: “Às polícias penais, vinculadas ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos penais”.
Mas, não se pode olvidar que o acometimento de rebelião em unidade prisional é considerada sim questão gravíssima ordem pública que capaz de atrair a atuação da Polícia Militar, à luz do que dispõe o parágrafo 5º do artigo 144 da CF, in verbis:
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil (grifos nossos).
Logo, na hipótese concreta narrada na questão, para debelar o atentado à ordem publica causado pela rebelião, caberia tanto a intervenção da Polícia Penal, enquanto órgão constitucionalmente incumbido da segurança dos estabelecimentos penais, como também da Polícia Militar, enquanto órgão responsável pela manutenção e restabelecimento da ordem pública.
Nesta toada, considerando que, em conformidade com o que dispõe o parágrafo 6º do artigo 144, estando a Polícia Militar e a Polícia Penal subordinadas ao Governador do Estado, não se mostra incorreto afirmar que o Secretário deveria requerer ao Governador do Estado a realização de segurança do local, o que pode sim ser realizado tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Penal.
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.
Como se vê, existem, portanto, duas respostas plausíveis para o enunciado, o que impõe a anulação da questão.
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