Confira as questões passíveis de recursos da prova objetiva para Técnico do MP-RS
Prazo para recursos inicia na próxima terça-feira (19) e segue até o próximo dia 21 de agosto, no site da banca.
Aplicada no último domingo, dia 17 de agosto, a prova do edital que contempla a carreira de Técnico do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MP-RS), já teve seu gabarito preliminar divulgado — e o período para interposição de recursos foi oficialmente aberto a 0h desta terça-feira (19) e segue até o dia 21 de agosto através do site do Instituto AOCP, na área do candidato.
Nosso time de professores especialistas informa que está analisando minuciosamente, e abaixo informa as questões passíveis de anulação identificadas até o momento. Este conteúdo será atualizado conforme novas questões passíveis de recursos forem apontadas pela nossa equipe.
Confira as questões abaixo
A questão 18 apresentou como gabarito preliminar a alternativa B, que afirma que “problemas como bunout, déficit de atenção e ansiedade crônica estão relacionados a fatores de ordem social” . Entretanto, essa opção não se sustenta pela leitura atenta do texto, sua progressão temática além da noção conceitual de “ordem social”.
Erro de grafia que pode induzir ao erro
A alternativa apresenta o termo “bunout”, em vez de burnout , o que por si só já compromete a clareza e a precisão da resposta, podendo induzir candidatos a erro.
Tema e progressão temática do texto
O texto dissertativo apresentado na prova expõe claramente a emergência de regramento que inter-relaciona riscos psicossociais ao trabalho. Assim, os três primeiros parágrafos buscam contextualizar o surgimento do tema do cuidado com a saúde mental no ambiente de trabalho e o quarto parágrafo passa a indicar as causas de adoecimento mental dos trabalhadores, como a vivência da chamada sociedade do desempenho, a autocobrança dos profissionais por maior produtividade, o uso de tecnologias que impedem a desconexão da vida real da vida do trabalho. Esses são elementos que justificam o adoecimento mental e que passam a moldar uma perspectiva sobre o trabalho que se adequa a estruturas de trabalhos que maquinizam o homem e o desumanizam de um lado, e, de outro, faz com que surja uma geração de trabalhadores que quer remuneração, autonomia e também saúde emocional (sexo paragrafo). Essa busca impõe nas perspectivas de organização das empresas, como passam a destacar os parágrafos finais do texto, os quais indicam a necessidade de se pensar em políticas eficazes para a garantia da saúde mental do trabalhador.
Logo, toda a construção da progressão temática do texto centra-se em uma única perspectiva: justifica a existência das causas de adoecimento do trabalhador e as respostas que as empresas devem dar a esse problema.
Inadequação conceitual
O texto (5º parágrafo) menciona que “Condições como burnout, déficit de atenção e ansiedade crônica têm se tornado comuns – não por fragilidade individual, mas por estruturas que não reconhecem limites humanos” . Embora haja referência a estruturas, o contexto deixa claro que se trata do ambiente de trabalho e da sociedade do desempenho, não de fatores “de ordem social” em sentido amplo e macroestrutural (como política, economia ou cultura geral). Nesse sentido, é importante referenciar que, no campo jurídico, por exemplo, “ordem social” é entendida como forma de busca de bem-estar e de justiça social e se harmoniza com a ordem econômica ao inter-relacionar saúde, seguridade social e segurança; no campo sociológico, a “ordem social” refere-e a uma sociedade mais justa, igualitária e democrática, pautada em direitos humanos e na igualdade de oportunidades e proteção ao meio ambiente, temas que sequer são referenciados ao longo do texto. Nas duas acepções, a ordem social está amparada em concepções a estruturas sociais, contrato social, educação, estrutura econômica e instituições sociais, o que sequer é mencionado no texto, razão pela qual seria uma forma muito extensiva de avaliação do texto aceitar que “problemas como burnout, déficit de atenção e ansiedade crônica estão associados a fatores de ordem social”.
Assim, a alternativa B extrapola o escopo do texto.
Indicação de múltiplas causas (alternativa C)
O texto enfatiza diferentes causas para o adoecimento dos trabalhadores:
a sociedade do cansaço e a cobrança por produtividade incessante (3º parágrafo);
a internalização da pressão (parágrafo anterior ao quinto);
a dificuldade de desconexão das tecnologias (4º parágrafo).
Esses elementos demonstram claramente que o texto trata de causas múltiplas para o adoecimento no trabalho, o que corresponde exatamente ao que afirma a alternativa C.
Título e foco do texto
O título delimita o foco nas organizações e no trabalho, afastando-se da generalização contida em “fatores sociais”. O ambiente de trabalho é o núcleo temático, não a sociedade como um todo.
Pedido
Diante disso, considerando:
o erro de grafia na alternativa B;
a organização progressiva das ideias do texto;
a inadequação conceitual entre “fatores de ordem social” e o contexto do texto;
a correspondência plena entre a alternativa C e os trechos que apresentam as diversas causas do adoecimento;
solicita-se a alteração do gabarito da letra B para a letra C.
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