Diferença entre peça correta e peça perfeita: como não perder tempo valorizando detalhes desnecessários
Você não precisa de uma peça perfeita. Você precisa de uma peça correta.
Um dos maiores erros de quem se prepara para a 2ª Fase da OAB é acreditar que precisa entregar uma peça perfeita, cheia de detalhes, floreios e citações para impressionar o examinador. Mas a verdade é simples e libertadora: Você não precisa de uma peça perfeita. Você precisa de uma peça correta.
Peça perfeita x peça correta: qual é a diferença?
Peça perfeita é aquela:
- totalmente alinhada ao “modelo ideal”
- com citações doutrinárias,
- jurisprudência adicional,
- linguagem sofisticada,
- estrutura impecável,
- absolutamente nenhum detalhe fora do padrão.
Peça correta é:
- usa os pedidos adequados,
- fundamenta de forma suficiente,
- segue os requisitos obrigatórios,
- resolve o problema jurídico apresentado.
Ela pode ter linguagem simples, pode ter uma escolha de estrutura menos refinada, e mesmo assim garantir a pontuação necessária. Em resumo: Peça perfeita agrada esteticamente. Peça correta aprova.
O que realmente importa para a FGV?
A banca FGV avalia apenas critérios objetivos:
- Endereçamento adequado
- Pedido(s) compatível(is) com o caso
- Fundamentação legal pertinente
- Argumentação mínima necessária
- Estrutura básica funcional
- Raciocínio lógico
Nada disso depende de estética, linguagem rebuscada, citações longas, doutrina excessiva ou floreios jurídicos. A FGV quer clareza, objetividade e técnica funcional, não beleza de texto.
Tentar ser perfeito faz você perder tempo
Dessa forma você gasta um tempo precioso com detalhes irrelevantes, como adicionar parágrafos que não pontuam e escrever teses extras apenas “para não faltar nada”. Tudo isso aumenta seu nível de estresse e quanto mais você busca perfeição, mais parece que está faltando algo. Agindo assim, você ainda corre o risco de comprometer a peça como um todo. A busca pela perfeição em um ponto tira seu tempo de outro, e erros simples começam a aparecer.
Exemplos práticos de diferença entre o necessário e o excesso
✔️ Necessário:
“Conforme dispõe o art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, o habeas corpus é cabível para proteger o direito de locomoção...”
❌ Desnecessário:
“Consoante leciona MIRABETE, em sua clássica obra Processo Penal, o habeas corpus, instituto surgido na Magna Carta de 1215...”
O que uma peça correta precisa ter
- Endereçamento certo
- Qualificação básica
- Fatos relevantes
- Fundamentos legais essenciais
- Pedido(s) adequados
- Fechamento padrão
- Linguagem objetiva
- Desenvolvimento correto das teses, com a fundamentação e base legal
Se sua peça tem isso, você passa, mesmo sem nenhum extra.
O mantra da aprovação: “Feito é melhor que perfeito”
A 2ª fase não é concurso de redação jurídica. É uma prova técnica e objetiva, em que um erro grave derruba tudo. Porém, um acerto simples pode garantir sua aprovação. Perceba que a lógica é inversa da vida acadêmica: Na 2ª fase, o básico bem feito vale mais que o perfeito sem objetividade.
Pare de tentar impressionar: entregue o necessário
Coloque isso na cabeça para os próximos treinos:
- Você não está disputando vaga.
- Você não precisa “brilhar”.
- Você não precisa mostrar erudição.
- Você não precisa inventar nada.
O que você realmente precisa é identificar a peça, estruturar corretamente, fundamentar o suficiente e pedir adequadamente. Isso garante a aprovação — e é isso que importa.
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