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Coluna

Diferença entre peça correta e peça perfeita: como não perder tempo valorizando detalhes desnecessários

Você não precisa de uma peça perfeita. Você precisa de uma peça correta.

Joffre Melo
Última atualização em 17/12/2025
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Um dos maiores erros de quem se prepara para a 2ª Fase da OAB é acreditar que precisa entregar uma peça perfeita, cheia de detalhes, floreios e citações para impressionar o examinador. Mas a verdade é simples e libertadora: Você não precisa de uma peça perfeita. Você precisa de uma peça correta.  

 

Peça perfeita x peça correta: qual é a diferença? 

 

Peça perfeita é aquela: 


  • totalmente alinhada ao “modelo ideal” 
  • com citações doutrinárias, 
  • jurisprudência adicional, 
  • linguagem sofisticada, 
  • estrutura impecável, 
  • absolutamente nenhum detalhe fora do padrão. 


Peça correta é:

 

  • usa os pedidos adequados, 
  • fundamenta de forma suficiente, 
  • segue os requisitos obrigatórios, 
  • resolve o problema jurídico apresentado. 

 

Ela pode ter linguagem simples, pode ter uma escolha de estrutura menos refinada, e mesmo assim garantir a pontuação necessária. Em resumo: Peça perfeita agrada esteticamente. Peça correta aprova. 

 

O que realmente importa para a FGV? 

 

A banca FGV avalia apenas critérios objetivos: 

 

  • Endereçamento adequado 
  • Pedido(s) compatível(is) com o caso 
  • Fundamentação legal pertinente 
  • Argumentação mínima necessária 
  • Estrutura básica funcional 
  • Raciocínio lógico 

 

Nada disso depende de estética, linguagem rebuscada, citações longas, doutrina excessiva ou floreios jurídicos. A FGV quer clareza, objetividade e técnica funcional, não beleza de texto. 

 

Tentar ser perfeito faz você perder tempo


Dessa forma você gasta um tempo precioso com detalhes irrelevantes, como adicionar parágrafos que não pontuam e escrever teses extras apenas “para não faltar nada”. Tudo isso aumenta seu nível de estresse e quanto mais você busca perfeição, mais parece que está faltando algo. Agindo assim, você ainda corre o risco de comprometer a peça como um todo. A busca pela perfeição em um ponto tira seu tempo de outro, e erros simples começam a aparecer. 

 

Exemplos práticos de diferença entre o necessário e o excesso 

 

✔️  Necessário: 


“Conforme dispõe o art. 5º, LXVIII, da Constituição Federal, o habeas corpus é cabível para proteger o direito de locomoção...” 

 

❌  Desnecessário: 


“Consoante leciona MIRABETE, em sua clássica obra Processo Penal, o habeas corpus, instituto surgido na Magna Carta de 1215...” 

 

O que uma peça correta precisa ter 

 

  • Endereçamento certo 
  • Qualificação básica 
  • Fatos relevantes 
  • Fundamentos legais essenciais 
  • Pedido(s) adequados 
  • Fechamento padrão 
  • Linguagem objetiva 
  • Desenvolvimento correto das teses, com a fundamentação e base legal

 

Se sua peça tem isso, você passa, mesmo sem nenhum extra. 

 

O mantra da aprovação: “Feito é melhor que perfeito” 

 

A 2ª fase não é concurso de redação jurídica. É uma prova técnica e objetiva, em que um erro grave derruba tudo. Porém, um acerto simples pode garantir sua aprovação. Perceba que a lógica é inversa da vida acadêmica: Na 2ª fase, o básico bem feito vale mais que o perfeito sem objetividade. 

 

Pare de tentar impressionar: entregue o necessário 

 

Coloque isso na cabeça para os próximos treinos: 


  • Você não está disputando vaga. 
  • Você não precisa “brilhar”. 
  • Você não precisa mostrar erudição. 
  • Você não precisa inventar nada. 

 

O que você realmente precisa é identificar a peça, estruturar corretamente, fundamentar o suficiente e pedir adequadamente. Isso garante a aprovação — e é isso que importa. 


 


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