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Eleições europeias: do esperado à reviravolta

Professor do Ceisc Bruno Segatto, analisa o cenário eleitoral no continente europeu, após reviravoltas e confirmações.

Última atualização em 19/07/2024
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Nos últimos meses, o continente europeu passou por três processos eleitorais relevantes. Por um lado, os grupos políticos de direita avançaram no Parlamento da União Europeia. Por outro lado, partidos de centro-esquerda obtiveram importantes vitórias eleitorais na França e no Reino Unido. Confira abaixo o que você precisa saber a respeito destes processos eleitorais e que podem cair na sua prova.


Resultado esperado: direita avança no Parlamento da União Europeia


As eleições para o Parlamento da União Europeia confirmaram o que as pesquisas de intenção de voto já vinham informando. Partidos de direita, centro-direita e extrema-direita obtiveram vitórias expressivas nos seus respectivos países. Embora a coalizão de partidos de centro e centro-direita tenha mantido o seu predomínio, os partidos de extrema-direita se tornaram uma força política considerável na entidade. Eleita dentro desta coalizão de partidos de centro-direita, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, provavelmente terá que negociar com lideranças de direita mais radicals que ela. Estas negociações não serão fáceis, pois muitos destes eurodeputados são definidos como eurocéticos, ou seja, questionam a própria existência da União Europeia.


Uma vez que as eleições para o Parlamento da União Europeia funcionam também como um “termômetro” político dos governos nacionais, os grandes perdedores foram os governos da França e da Alemanha. Emmanuel Macron e Olaf Scholz viram seus respectivos partidos encolherem na eleição. O presidente francês, aliás, antecipou eleições após o resultado eleitoral ter sido divulgado.


A reviravolta francesa na véspera das Olimpíadas 2024


Ao ver seu partido perder para o grupo de extrema-direita liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, Emmanuel Macron dissolveu o Parlamento e antecipou eleições. No primeiro turno, o partido de Le Pen ficou em primeiro lugar e todos esperavam que o resultado se repetiria no segundo turno. Porém, a Nova Frente Popular de esquerda e o partido de Macron, Renascimento, se apoiaram para barrar o Reagrupamento Nacional, de Le Pen. A manobra é conhecida como “cordão sanitário” e foi realizada com êxito.


No entanto, o resultado foi recebido com surpresa, pois a Nova Frente Popular superou inclusive o partido de Macron. Com a vitória da coalizão de esquerda, Jean-Luc Mélenchon ganhará cada vez mais protagonismo no cenário político francês. Embora tenha conseguido barrar a extrema-direita com sua manobra política, Emmanuel Macron agora precisará lidar com uma esquerda fortalecida no Parlamento. O seu primeiro-ministro, Gabriel Attal, chegou a afirmar que renunciaria ao cargo diante do resultado eleitoral.


Tanto nas eleições francesas quanto na do Parlamento da União Europeia, houve um considerável avanço dos partidos de extrema-direita. Este avanço também vem ocorrendo em outros países europeus nos últimos anos, como na Itália, onde Giorgia Meloni foi eleita em 2022. Outro exemplo é Portugal, onde o partido de extrema-direita, Chega, obteve um bom desempenho na última eleição para o Parlamento nacional.


A ascensão de partidos de extrema-direita pode ser explicada por um conjunto de fatores que assolam os países da União Europeia, principalmente a inflação e a imigração. Herdado da pandemia de covid-19, o aumento do custo de vida se agravou com a guerra na Ucrânia e tem gerado insatisfação entre os cidadãos europeus. Em alguns países, como Portugal e Espanha, o aumento do preço dos alugueis gerou uma onda de protestos contra os turistas.

A questão imigratória, por sua vez, não é inédita, mas a instabilidade na África e no Oriente Médio elevou o número de estrangeiros nas cidades europeias. O fenômeno é mais sentido em países com costa mediterrânica, como Itália, Espanha e França, os mesmos países que vêm registrando um crescimento expressivo dos partidos de extrema-direita que defendem uma política migratória mais restritiva.


Volta dos Trabalhistas no Reino Unido


Como também já era apontado pelas pesquisas de intenção de voto, o Partido Trabalhista foi o grande vencedor das eleições convocadas por antecipação pelo primeiro-ministro Rishi Sunak. Com este resultado, os trabalhistas voltam ao poder no país depois de 14 anos de hegemonia conservadora. Seguindo certa tradição britânica, os rumos políticos da ilha se direcionaram no sentido oposto ao da União Europeia ao alçar um partido de centro-esquerda ao poder.


A derrota conservadora pode ser compreendida como o resultado de desgastes gerados nos últimos anos por primeiros-ministros daquele partido, principalmente Boris Johnson. Além dos escândalos políticos, o partido também foi atingido pelos frequentes resultados econômicos negativos. Liz Truss, por exemplo, não ficou nem dois meses no cargo: renunciou diante da falta de apoios para uma reforma fiscal. Além da pandemia e da guerra na Ucrânia, a economia britânica foi atingida pelos efeitos do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. Embora seu partido tenha sido crítico à saída, o novo primeiro-ministro, Keir Starmer, já informou que não vai propor o retorno ao bloco europeu.




Agora todos os olhos do mundo se voltam aos Estados Unidos, onde a corrida eleitoral está recém começando, mas já conta com episódios dignos de filmes de Hollywood. Pressionado por quem o considera incapaz de seguir governando, o democrata Joe Biden insiste em manter sua candidatura. Por outro lado, o condenado e republicano Donald Trump aparece com ainda mais força após sobreviver a um atentado contra a sua vida. Aguardemos os próximos episódios!


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