Marketing jurídico: saiba o que pode ou não pode na hora de divulgar o seu serviço!
Descubra como fazer marketing jurídico de forma ética e estratégica, respeitando as regras da OAB e fortalecendo sua presença digital.
O marketing jurídico se tornou uma ferramenta indispensável para advogados e escritórios que buscam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
Mas, ao contrário do marketing tradicional, ele exige cuidado, ética e conhecimento das regras estabelecidas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Neste guia completo, você vai entender o que é marketing jurídico, por que ele é essencial, o que é permitido e proibido pela OAB e como aplicar estratégias éticas para fortalecer sua autoridade profissional e atrair clientes de forma correta.
O que é Marketing Jurídico?
O marketing jurídico é o conjunto de estratégias de comunicação voltadas para posicionar advogados e escritórios de advocacia de forma ética e informativa no mercado.
Seu objetivo não é “vender serviços”, mas construir autoridade e confiança por meio da divulgação de conteúdo de valor.
Isso significa que o foco não está em propaganda comercial, e sim em educar o público, demonstrar conhecimento técnico e mostrar como o trabalho do advogado pode contribuir para a sociedade com sua prática jurídica.
Por exemplo, publicar artigos explicando novas leis, decisões judiciais recentes ou direitos pouco conhecidos são formas de aplicar o marketing jurídico sem ferir o Código de Ética da OAB.
Por que o Marketing Jurídico é importante hoje
O mercado jurídico no Brasil é um dos mais competitivos do mundo. Segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), já são mais de 1,3 milhão de advogados ativos no país, e esse número cresce a cada ano.
Nesse cenário, apenas ter um diploma e um escritório não garante visibilidade. É preciso posicionamento estratégico, presença digital sólida e comunicação ética para conquistar espaço e reconhecimento.
O marketing jurídico permite que o advogado:
- Seja encontrado com mais facilidade por potenciais clientes.
- Demonstre autoridade e credibilidade em sua área de atuação.
- Crie uma marca pessoal sólida, baseada em confiança.
- Estabeleça um relacionamento genuíno com o público.
Mais do que atrair clientes, o objetivo é gerar valor, ajudando as pessoas a entenderem seus direitos e mostrando o papel essencial da advocacia na sociedade.
Marco regulatório: o que permite e o que proíbe a OAB
O marketing jurídico é um campo cheio de oportunidades, mas também de cuidados. Diferente de outras áreas, a advocacia é regida por normas éticas rígidas, que têm como principal objetivo preservar a dignidade da profissão, evitar a mercantilização e garantir uma concorrência leal entre advogados e escritórios.
Por isso, antes de iniciar qualquer estratégia de divulgação, é fundamental conhecer o que a OAB realmente permite e o que proíbe em termos de comunicação.
Essas regras não servem para limitar o crescimento do profissional, mas para guiar uma atuação responsável e compatível com os valores da advocacia, assegurando que a mensagem transmitida ao público seja sempre informativa, educativa e transparente.
A seguir, você vai entender os principais documentos que regulamentam o tema e os princípios éticos que precisam nortear qualquer ação de marketing jurídico.
Principais normas e documentos
O marketing jurídico é regulado principalmente por:
- Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94)
- Código de Ética e Disciplina da OAB
- Provimento 205/2021, que atualizou as diretrizes sobre publicidade na advocacia
- Resolução 2/2015 do Conselho Federal da OAB
- Comitê Regulador do Marketing Jurídico, criado em 2022 para acompanhar a aplicação dessas normas
Esses documentos estabelecem os limites da publicidade profissional, distinguindo o que é permitido (informar, educar, comunicar) do que é vedado (vender, prometer resultados, mercantilizar).
Princípios e limitações éticas
Toda comunicação deve observar valores fundamentais como sobriedade, veracidade e discrição.
A OAB proíbe práticas que:
- Prometem resultados ou garantem vitórias.
- Ofereçam descontos, promoções ou brindes.
- Divulguem preços ou condições comerciais.
- Façam publicidade ostensiva, sensacionalista ou comparativa.
- Usem depoimentos de clientes ou linguagem apelativa.
Em resumo, o advogado pode se comunicar e divulgar conhecimento, mas sem transformar a advocacia em produto.
Estratégias éticas de marketing jurídico
estratégias-éticas-marketing-jurídico.jpg
O marketing jurídico pode ser um grande aliado para o fortalecimento da sua imagem profissional, desde que aplicado com ética, planejamento e consciência sobre os limites da advocacia.
A ideia não é apenas divulgar serviços, mas construir credibilidade e gerar valor por meio de conteúdos e ações que informem e eduquem o público. Por isso, cada estratégia deve ser pensada com foco em relacionamento, autoridade e clareza, sem abrir espaço para práticas comerciais ou apelativas.
A seguir, veja algumas formas de aplicar o marketing jurídico de maneira inteligente e dentro das normas da OAB.
Marketing de conteúdo
Criar e compartilhar conteúdo informativo é uma das estratégias mais eficazes e seguras.
Artigos, posts e guias ajudam o público a compreender seus direitos e posicionam o advogado como uma referência confiável.
Alguns exemplos de formatos válidos:
- Artigos em blogs sobre mudanças na legislação.
- Guias explicativos sobre temas jurídicos de interesse público.
- E-books gratuitos com conteúdo educativo.
- Participação em eventos online para tirar dúvidas do público.
Esse tipo de conteúdo também pode ser otimizado para SEO jurídico, permitindo que o site do escritório apareça nos primeiros resultados do Google.
Redes sociais e posicionamento digital
Plataformas como Instagram, LinkedIn e YouTube são espaços valiosos para construir autoridade.
No entanto, é importante lembrar que as redes devem ser usadas de forma institucional e educativa.
O advogado pode:
- Postar conteúdos informativos sobre temas jurídicos.
- Divulgar participações em eventos e palestras.
- Produzir vídeos explicativos e lives com colegas de profissão.
Mas deve evitar:
- Usar linguagem promocional ou slogans de venda.
- Exibir bens materiais, ostentação ou conquistas financeiras.
- Falar sobre casos concretos ou mencionar clientes.
Site institucional e SEO
Ter um site profissional é essencial para transmitir credibilidade. Ele deve conter informações como:
- Biografia do advogado ou histórico do escritório.
- Áreas de atuação.
- Artigos e conteúdos de interesse público.
- Contatos profissionais.
A otimização SEO ajuda o site a ser encontrado no Google, mas é importante usar palavras-chave relacionadas a temas jurídicos e não a captação direta de clientes.
Por exemplo, “direito previdenciário: entenda seus direitos” é uma abordagem ética e informativa.
Tráfego pago limitado
A OAB permite o uso de anúncios pagos, mas com moderação. A divulgação pode ser feita em plataformas como Google Ads, desde que com caráter institucional e informativo, sem linguagem promocional.
Ou seja, é permitido anunciar um artigo jurídico, um evento ou um conteúdo educativo, mas não uma “oferta de serviços”.
E-mail marketing e newsletter
O envio de e-mails é permitido desde que seja informativo e não comercial. Pode incluir:
- Atualizações legislativas.
- Convites para eventos jurídicos.
- Conteúdo educacional produzido pelo escritório.
O envio deve ser feito apenas para quem autorizou o recebimento, respeitando as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).